22 outubro, 2015

A música estimula e protege o cérebro?



A percepção musical evidencia uma complexa função cognitiva do cérebro humano, uma vez que induz várias alterações neuronais e fisiológicas. Segundo estudo recente, ela poderia até ter efeito neuroprotetor sobre o cérebro humano.



A percepção musical evidencia uma complexa função cognitiva do cérebro humano, uma vez que induz várias alterações neuronais e fisiológicas. Porém, as alterações em nível molecular causadas pelo ato de ouvir música ainda são, em grande parte, desconhecidas, bem como seus determinantes biológicos.

E a música clássica?

Um grupo de estudo da Universidade de Helsinki, na Finlândia, investigou como a música clássica afeta perfis de expressão gênica de participantes musicalmente experientes (possuidores de conhecimentos e qualificações musicais) e inexperientes. Todos os participantes ouviram um concerto para violino de Mozart, cuja duração foi de 20 minutos.
Eles descobriram que ouvir música clássica aumenta a atividade de genes envolvidos na secreção e transporte de dopamina, a função sináptica, a aprendizagem e a memória.
Além disso, segundo a Dr. Irma Järvelä, mentora do estudo, vários dos genes regulados eram conhecidos por serem os responsáveis pela aprendizagem das canções e do canto em pássaros, sugerindo um fundo evolutivo comum de percepção do som entre pássaros e humanos.
Especificamente um dos genes teve sua expressão aumentada, o da sinucleína alfa (SNCA), gene envolvido na doença de Parkinson, e que está localizado em uma região de forte associação com a aptidão musical. A SNCA também é conhecida por estar envolvida na aprendizagem do canto em aves.

O resultado

O efeito foi detectável nos participantes musicalmente experientes, o que sugere a importância da familiaridade e experiência mediante os efeitos induzidos pela música clássica.
Além disso, o ato de ouvir música clássica também é capaz de reduzir a expressão de genes associados a neurodegeneração, demonstrando o efeito neuroprotetor da música.
Segundo os estudiosos, os resultados dessa pesquisa proporcionam uma nova informação sobre a origem molecular da percepção musical e a evolução, e abrem portas para novas descobertas sobre mecanismos moleculares subjacentes na musicoterapia.

A música protege mesmo o cérebro

Os adultos que aprenderam música em pequenos são 20% mais rápidos a identificar sons linguísticos do que as pessoas que tiveram uma infância afastada dos instrumentos musicais. A conclusão é de um estudo divulgado na revista científica The Journal of Neuroscience, que alerta para os benefícios da música na prevenção da perda de capacidades discursivas associadas ao envelhecimento. 

"As actividades musicais são uma forma envolvente de treinar o cérebro em termos cognitivos e agora temos provas sólidas da plasticidade cerebral que resulta da prática musical  não apenas nos mais novos, mas também nos mais velhos", diz Gavin Bidelman, responsável pela pesquisa canadiana do Rotman Research Institute (RRI).  

Os especialistas concluíram que ter aulas musicais antes dos 14 anos e continuar a praticar um instrumento ao longo da vida desenvolve áreas fundamentais do cérebro ligadas à linguagem. 

De acordo com os cientistas, o cérebro dos músicos mais velhos é "mais eficiente e robusto no processamento da linguagem". 


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