Embora cerca de 99% do código genético dos homens e das mulheres seja
idêntico, o cérebro masculino e o feminino são diferentes. O cérebro masculino é
maior, mas sem que tal corresponda a um maior número de células. As diferenças a
nível cerebral, ainda que subtis são profundas e em grande parte induzidas pela
ação das hormonas sexuais.
De facto a exposição a níveis elevados de estrogénios e testosterona após a
puberdade modula a atividade neuronal o que se traduz por alterações do humor e
uma maior predisposição para a depressão na mulher. As hormonas fazem sentir a
sua presença nas várias fases da vida desde o nascimento à vida adulta.
As técnicas de imagem cerebral mostraram claramente que os homens e as
mulheres têm diferente sensibilidade ao stresse e reagem de modo diferente ao
conflito. Usam diferentes áreas e circuitos cerebrais para resolver problemas,
processar a linguagem e guardar emoções fortes.
O número de neurónios envolvidos no processamento da linguagem é 11% superior
nas mulheres e o hipocampo, a estrutura cerebral relacionada com a memória, é
também maior. Isto significa que as mulheres são em média melhores a expressar
emoções e a lembrar-se de detalhes relacionados com situações emocionais.
O cérebro feminino tem aptidões únicas, nomeadamente, no que diz respeito à
agilidade verbal, à capacidade de “ ler” na face e no tom de voz o estado de
espirito dos outros. Em contraste, no cérebro masculino, as estruturas cuja
atividade se relaciona com a agressividade, como a amígdala, são mais
desenvolvidas, assim como as áreas e os circuitos associados ao pensamento
matemático.
O que quer que estas diferenças signifiquem, homens e mulheres têm o mesmo
nível médio de inteligência, e apenas nasceram com a capacidade de desenvolver
diferentes talentos.
Catarina Resende de Oliveira, Presidente do Centro de Neurociências e Biologia
Celular, e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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